Nos últimos meses, clientes de uma agência de viagens em Cândido Mota, interior de São Paulo, têm se queixado de cancelamentos de pacotes turísticos sem o devido reembolso, além de cobranças indevidas. Pelo menos 70 pessoas foram vítimas dos supostos golpes praticados pela empresária responsável pela agência, que, segundo os relatos, cancelava as viagens de última hora e não devolvia o dinheiro pago. O caso já está sendo investigado pela polícia, que tenta identificar a extensão da fraude.
De acordo com os boletins de ocorrência registrados pelas vítimas, os cancelamentos ocorreram de maneira abrupta e sem aviso prévio. O problema foi agravado pela promessa de reembolso que nunca se concretizou, deixando os consumidores no prejuízo. Uma das principais reclamações é que as viagens foram desmarcadas com justificativas que se mostraram falsas, como alegações de surtos de virose, quando, na verdade, os passeios continuaram para outros clientes. Isso gerou um sentimento de frustração e indignação, já que os clientes sentiram que seus direitos foram desrespeitados.
Entre as vítimas está Juliana de Souza, que pagou por uma viagem para Cabo Frio, no Rio de Janeiro, mas teve o pacote cancelado a apenas dois dias da data marcada. Segundo a vítima, a empresária informou que o cancelamento foi causado por um surto de virose na praia, mas depois ela descobriu que o motivo real seria outro. Mesmo após a promessa de devolução do valor pago, Juliana nunca recebeu o reembolso, o que a deixou em uma situação ainda mais difícil, pois ela já havia se programado para a viagem.
Outro caso registrado nas investigações foi o de Brigida Umbelina Santana e Carlos Alberto Santana, que também contrataram uma viagem para Cabo Frio, mas foram informados de que o passeio não aconteceria por falta de demanda. No entanto, os outros passageiros embarcaram normalmente. A explicação dada pela agência foi de que os denunciantes haviam escolhido um quarto diferente, o que inviabilizou a viagem, mas, como em outros casos, o dinheiro nunca foi devolvido.
O impacto emocional para os clientes tem sido grande, pois muitos deixaram de fazer planos com familiares e amigos devido ao sonho de uma viagem que nunca se concretizou. Além disso, alguns relatos apontam que as vítimas não tinham recursos suficientes para arcar com novos planos turísticos, o que aumentou o sofrimento, já que a expectativa estava voltada para a experiência prometida pela agência.
O valor investido pelas vítimas também é significativo, o que torna o golpe ainda mais grave. Um dos casos envolveu um pagamento de R$ 3,5 mil via PIX para uma excursão para Balneário Camboriú, que também não ocorreu. Após investigações por conta própria, o consumidor descobriu que não estava sozinho: outros clientes haviam sido lesados pela mesma agência, o que confirma a gravidade do caso e sua abrangência.
A denúncia coletiva de vários consumidores pode ser crucial para o andamento da investigação. Embora a proprietária da agência tenha prometido fazer os reembolsos, a falta de ação gerou mais desconfiança entre os clientes, que agora exigem justiça e compensação pelos prejuízos sofridos. A Polícia Civil de Assis, onde a maioria dos boletins de ocorrência foi registrada, segue apurando o caso, e a empresária poderá ser processada por estelionato e outros crimes relacionados.
Casos como o de Cândido Mota evidenciam a importância de se investigar e verificar a idoneidade de empresas de turismo antes de realizar qualquer pagamento. O cuidado ao contratar pacotes de viagens e a busca por referências e avaliações são fundamentais para evitar fraudes e prejuízos financeiros. Se você foi vítima de uma situação semelhante, é importante denunciar e procurar orientação jurídica para garantir que seus direitos sejam respeitados e que os responsáveis sejam punidos.
Autor: Thesyameda Lakas
Fonte: Assessoria de Comunicação da Saftec Digital
