Cleiton Santos Santana, com mais de 20 anos de atuação no setor de energia, discute por que os combustíveis estão se tornando o novo foco dos investidores. Nos últimos tempos, o mercado de capitais tem utilizado novos métodos para captar recursos destinados a projetos de infraestrutura, incluindo os Fundos de Investimentos em Direitos Creditórios (FIDC). Conforme Cleiton Santos Santana, um dos setores mais lucrativos é o de energia e combustíveis, movimentando trilhões de dólares globalmente.
Como está o mercado de combustíveis no Brasil?
O mercado brasileiro de combustíveis possui características únicas. No Brasil, os fundos de investimento em combustíveis aplicam em empresas do setor de energia, especialmente naquelas que produzem, refinam, distribuem ou comercializam combustíveis como gasolina, diesel, etanol e gás natural. De acordo com Cleiton Santos Santana, esses fundos são uma opção para investidores que buscam exposição ao setor de energia, em particular ao mercado de combustíveis.
Importância do setor de óleo e gás
Cleiton Santos Santana destaca a importância do setor de óleo e gás no Brasil. “Em 2022, o setor representou 15% do PIB industrial, com 8% provenientes do mercado de derivados de petróleo e biocombustíveis e 7% da extração de petróleo e gás natural.”
Com o aumento do foco em critérios ambientais, sociais e de governança (ESG), investidores buscam fundos que considerem práticas sustentáveis. O Brasil, com o debate intenso sobre a “Pauta Verde”, se destaca globalmente. Empresas do setor estão cada vez mais preocupadas com a sustentabilidade e os impactos ambientais da produção e consumo de combustíveis.
Rentabilidade e energia renovável
No Brasil, há um crescimento significativo nos investimentos em energia renovável e combustíveis. O fundo BSO – Brazil Special Opportunities, por exemplo, combina investimentos atraentes e complementares. Cleiton Santos Santana menciona que o fundo inclui o FIDC ZEUS, focado na cadeia de combustíveis, e o FIP Atenas, que investe na infraestrutura logística do setor. Entre os beneficiários do ZEUS estão distribuidoras de combustíveis, tradings e uma refinaria de petróleo.
Recentemente, devido à guerra na Ucrânia e à arbitragem especial de derivados de petróleo da Rússia e dos Emirados Árabes Unidos, o fundo começou a financiar tradings que importam diesel e gasolina, com retornos de 3% ao mês e baixíssima inadimplência. O sucesso levou os investidores do BSO a ampliar sua atuação para o rentável negócio de armazenamento portuário.
Complexos de armazenamento de combustíveis
Cleiton Santos Santana, fundador do Grupo BSO, explica que foi criado um FIP, o Atena, cuja principal investida é a Stronghold Infra. Em seu primeiro ano, a Stronghold Infra adquiriu a Liquipar, vencedora do leilão do terminal PAR50 no Porto de Paranaguá. O terminal, com capacidade atual de 71 milhões de litros, será ampliado para 200 milhões de litros até o final de 2025, com um investimento de R$ 450 milhões. Com projetos rentáveis na cadeia de combustíveis e o capital próprio exigido pelo mercado, o grupo pretende triplicar sua carteira de investimentos nos próximos dois anos.
Investimentos em energia alternativa
Novos fundos também estão investindo em projetos que promovem fontes alternativas e renováveis de energia, como biocombustíveis, combustíveis sintéticos e hidrogênio verde.
O Brasil está na vanguarda da transição energética, destacando-se como o terceiro maior destino de investimentos em energias renováveis em 2023, com mais de US$ 25 bilhões investidos. Cleiton Santos Santana acredita que os investimentos em combustíveis refletem uma mudança para uma matriz energética mais diversificada e sustentável, posicionando o país como um líder global no setor de energia.
